quarta-feira, 30 de abril de 2008

Tem louco pra tudo

Ontem visitei três casas em Johnsonville, um bairro legal que fica 15 min aqui do centro.
A que eu adorei, o proprietário fechou negócio com outra pessoa antes que chegássemos em casa para decidir. Quando o lugar é bom, a decisão tem que ser na hora!
Um delas era média, o Alexandre não gostou e a outra digna de um filme de comédia. Devia ter levado uma câmera escondida.
O Maico me levou lá. Era uma casa de fundos. Quando chegamos tinha uns 7 carros velhos estacionados em volta. Já fiquei má impressionada, pensei que se fosse no Brasil seria um desmanche. Entramos, casa antiga, seus 60 anos de idade, de madeira, estilo inglês. Nunca vi tantas portas, só no banheiro 3. Uma para entrar, uma para separar a banheira e outra para esconder a privada.
Perguntei sobre os carros, o morador disse que era uma longa história que depois contaria. Quando já estava encerrando a visita me deparei com uma porta que abria lateralmente. Perguntei o quê era aquilo na esperança de que fosse a porta de um armário. Quando foi aberta vi que tinha uma escada estreitíssima em caracol que descia para um quarto "secreto" tipo um porão. Estava meio escuro, mas desci pra ver, estava sendo usado para guardar tudo quanto é tipo de entulhos, mas quando vi dava passagem para um outro quartinho meio que em construção, fiquei com medo de entrar pra ver. Já me lembrei do caso do Austríaco que escondia a filha no andar de baixo. Que coisa mais sinistra!
Subi rapidinho, suficientemente impressionada, já queria ir embora, até que o Maico lembrou de perguntar o que era aquele monte de carros lá na frente e se eles iriam tirar caso a casa fosse alugada.
A resposta é que não, os carros eram da proprietária que morava na casa do lado e era colecionadora de carros velhos e não podia tirar porque não tinha espaço para guardar.
Eu disse carros velhos, não antigos, tipo brasilia 76.
Na hora de sair espiei a casa ao lado. Tinha mais umas 40 "carroças" estacionadas lá.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

continuação...

Não fechamos a tal casa. Fomos dar uma segunda olhada e implicamos com o banheiro, com o carpete e ainda quase morremos de frio enquanto esperávamos o ônibus.
Então resolvemos descer o morro em direção a uma rua movimentada onde provavelmente passariam mais ônibus e quem sabe até um taxi.
O vento gelado do polo sul estava a minutos de me carregar ou me congelar. Sentia-o atravessando os fios da minha calça jeans, estava quase chorando de frio. O casaco do Alexandre quebrou o zíper, ele tinha que ficar segurando. E as orelhas?!? Doíam.
Foi suficiente, não queríamos mais aquela casa!
Acho que o problema não são as casas, sou eu.
E a busca continua...

Curiosidade

Essa é a Feijoa.
É uma fruta bem gostosa. Lá no supermercado estava escrito que é importada do Brasil e do Uruguai.
Os kiwis adoram, fazem sucos, recheios de bombom e licores.
Já tinha provado muita fruta diferente do Centro-oeste, cajamanga, araçá, pitanga, jatobá, bocaiúva, piqui... e outras da Amazônia guaviola, cupuaçu, tucumã, azeitona, jambo etc. Mas essa foi novidade.
Quem sabe o Nakao e a Karina já tenham provado lá no sul.
A casca lembra o cheiro da goiaba e dentro lembra o gosto do araçá.
Pesquisei na wikipedia e lá diz que é também conhecida como goiaba-serrana ou goiaba-ananás e é cultivável e terras altas.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Meio sem assunto

Andei sumida porque estava meio sem assunto. O fato de demorar tanto para achar uma casa legal me deixou bem chateada.
Estamos bem instalados, perto do trabalho do Alexandre, mas aqui é muito caro, não tem armários, no lugar da geladeira tem um frigobar e não tem garagem o que significa que não dá pra comprar um carro pois pagar estacionamento seria outra fortuna.
Pra quem sempre teve uma "casa de verdade" fica meio difícil acostumar com o estilo de vida de um apart hotel.
Quando abri pela primeira vez os armários da cozinha tive vontade de voltar. Como iria cozinhar com apenas uma mini panela e uma frigideira? Onde estava o ralador, o liquidificador, o abridor, a peneira, a sanduicheira, meus temperinhos... Que desespero! Foi difícil rir da situação.
E ainda sabendo ser provisório como sair comprando todas essas coisas e aumentar ainda mais a tralha da mudança?
Nada como a criatividade... Se a vovó visse iria ter um treco. Aprendi a fazer macarrão no microondas, ralar cenoura e queijo com a faca, abrir lata com canivete e outras esquisitisses mais.
Não, não é pão durice nem relaxo, só não imaginei que iria demorar mais de um mês para achar um lugar mais definitivo.
Sabe aquele semi-círculo que falei no começo? Teve que aumentar bastante... :) Aqui em volta infelizmente não achei nada que me encantasse e coubesse no nosso bolso.
Com essa quebra de paridigma, finalmente acho que encontrei algo legal. Se der certo colocarei as fotos do antes e do depois da minha chegada na casa pois se divulgar as fotos agora demorarei mais um mês procurando até todos da família entrarem num consenso de que estou fazendo uma boa coisa.
É muito difícil se decidir por um lugar sem dominar a região, sem saber do inverno... Que medo do inverno!!!
Bom, até sábado isso tem que estar resolvido.... Até lá.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Quando não tem novidades, tem foto...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Rugby - Crusaders X Hurricanes


Fomos pela primeira vez num estádio de Rugby. O Maico conseguiu os ingressos pra gente e contou um pouquinho de como esse jogo estranho funciona. Acho que é parecido com o futebol americano com aquele objeto pontudo que eles chamam de bola. A diferença é que os jogadores não usam aquelas armaduras.
O objetivo é cruzar a linha de chegada e tocar o objeto pontudo no chão. Parece impossível porque o time adversário usa o próprio corpo para barrar o ataque, mas alguns conseguem. Quando isso acontece eles ganham direito de chutar a bola no que seria o gol. Aquelas 2 grades compridas na vertical. E aí tudo recomeça. Ah já ia esquecendo de um detalhe, o jogador pode correr com a bola na mão, mas só pode passar para outro que esteja atrás dele, nunca na frente oque é agoniante para quem está acostumado com o futebol e assiste ao rugbi pela primeira vez.
O espetáculo em si é bem diferente, tocam músicas durante o jogo e sempre uma especial do time quando fazem gol. No final de tudo adorei, nem vi o tempo passar.

domingo, 6 de abril de 2008

Coquetel de brasileiros

A Jeanine nos convidou para ir num coquetel de comidas brasileiras. Foi num restaurante bem diferente. Em vez de "bed and breakfast" eles tem um tipo de "dinner and bed".
Eles só recebem um grupo por vez que pode ser de dois até oito, mas como a chef é brasileira, acabou virando uma verdadeira festa.
Conhecemos várias pessoas, a Jeanine com sua irmã, irmão e filhos, a Jania que casou com um kiwi e já está aqui há uns 20 anos, a Zelita é mineira e também casou-se com o kiwi Philip o qual fala muito bem português, a Simone e o Cristiano que são de São Paulo, estão aqui desde de dezembro e nos deram carona de volta pra casa, a Luciana e o marido e mais um montão de gente que não gravei o nome. Um pessoal muito legal, os meninos a maioria da área de IT e as meninas acompanhando seus amados nessa longa jornada.
Foi muito compartilhar experiências com pessoas que estão vivendo um momento semelhante ou já passaram pelo que estamos passando no momento. Recebi algumas dicas valiosas como onde procurar casas e onde comprar feijão. Tenho muito que descobrir ainda.
Matamos um pouquinho da saudade do Brasil, conversamos muito sobre a vida na Nova Zelândia e isso tudo me fez pensar em todas as vantagens que temos por aqui para aumentar nossa família, como segurança, educação, tranquilidade, tempo, mas também me fez ver que é impossível tirar do coração a terrinha.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Yes, please

O pessoal costumava me dizer que o inglês da Nova Zelândia é estranho, que os Neozelandeses não falam inglês direito, que o sotaque é horrível etc
Seja lá como for a maior dificuldade que sinto são as falhas do meu próprio inglês. As vezes eles falam algumas expressões um pouco diferente dos americanos com os quais já estamos um pouco mais acostumados, mas nada que o bom senso não facilite a compreensão.

Percebi que eles falam “I’ll ring you” em vez de “I’ll call you”, em vez de falarem “bedroom”, pronunciam algo como “bidroom”, ao dizerem “today” o “a”é aberto como leríamos em português e não “todey” como diriam os americanos. Me perguntaram outro dia qual era meu Christian name, demorei uns segundos para perceber que só queriam meu nome. Mas a pior de todas acho que foi logo que chegamos.

Fomos comprar um sanduíche, me perguntaram se eu queria um “toilet paper”, esperava ouvir napkin para guardanapo, mas após alguns segundos para cair a ficha eu disse “sim, por favor”, aí ela perguntou se eu queria sauce, imaginei que seria catchup ou algum outro molho, mais uma vez aceitei, aí ela perguntou “Have here or take away” (Comer aqui ou pra levar) não tinha entendido exatamente o que ela tinha dito e como estava aceitando tudo, disse mais uma vez, “yes, please” .

Aí ela ficou parada olhando pra minha cara como se eu fosse idiota e perguntou “yes what? Me toquei, ri de mim mesma e disse que era pra comer lá.

E assim vou indo ...

E as formiguinhas?

O que me aterrorizava no apartamento de Manaus eram as mini formigas. Aquelas de cor castanha que você quase não enxerga. Se bobeasse com qualquer coisinha lá estavam elas dominando todo o ambiente. De onde elas saíam não se sabe, simplesmente surgiam. Uma vez derrubei um xarope para tosse no banheiro e só descobri porque o cantinho ficou escurecido com as praguinhas se amontoando para se embreagarem no meu remédio.

A Rafa, minha amiga, diz que os prédios são construídos em cima de formigueiros gigantes. Acho que faz sentido, não são elas moram na casa das pessoas, são as pessoas que moram nos formigueiros. Devem ter umas 500 mil para cada morador.

Saímos às pressas para nossa jornada em busca de um apartamento, esquecemos um chocolate aberto o dia todo em cima do balcão da cozinha. Quando chegamos adivinha?

Não havia nada, nem mesmo um insetinho. Fiquei achando que não haviam insetos em Wellington. Confesso que gostei da idéia, mas no outro dia fui surpreendida com uma mosca gigante que entrou pela sacada. Maior que uma varejeira, preta e peluda. Uhh! Que nojo. O pior é que era meio desajeitada, que nem besouro quando fica batendo contra a parede. É claro consegui matá-la o que foi mais nojento ainda.